domingo, 11 de novembro de 2012

CASTANHA FIOTE ou
ARTACARPUS CAMANSI
Fruta-pão – seminífera
 

Sementes (ou nozes), da fruta-pão seminífera, torradas. A castanha fiote.


 Cumprindo ordens do Santo e chefe militar, S. Martinho, “marcharam” umas castanhas para aconchegar um belo assado servido ao almoço.
Foram estas castanhas, que me fizeram recuar no tempo, quase quarenta anos e obrigaram-me a uma viagem até ao Pangamongo, a propósito de um familiar daquelas, a castanha fiote.
Certo dia no início da década de 70, recebi no bar da messe o chefe do posto alfandegário da Beira Nova, a quem era autorizada a venda de alguns produtos que por vezes tinham dificuldade em adquirir no comércio e outros porque tinham preços bastante atraentes, há que dizê-lo. Tudo começou numa altura em que havia dificuldade em arranjar leite em pó no comércio, este chefe de polícia sabendo que tínhamos aquele produto em quantidade – os nossos “meninos” iam mais pela Primus e pela Nocal – pediu para lhe serem dispensadas algumas latas. Depois em dias de festas lá aparecia o homem, para lhe dispensar um garrafãozito do Dão ou Lagoa, cujo preço no comércio era proibitivo e a viagem bastante mais longa.
Nesse dia o nosso homem pretendia a cedência de duas botijas de tintol, que acabaram por lhe ser fornecidas.
Como era costume na nossa companhia, que primava por bem receber, para as visitas havia sempre uma bebidinha, uma cerveja, um whisky, um Martini, conforme a hora e o gosto do visitante.
Então este nosso amigo trazia sempre qualquer coisa para enxugar a bebida, normalmente ginguba ou castanha de caju. Nesse dia pôs em cima do balcão algo que nunca tinha visto, a que deu o nome de castanha fiote.
Depois de provar percebi o porquê daquele nome. A textura e o sabor eram os da nossa castanha crua, pese o facto de as sementes estarem torradas.
Perguntei-lhe o porquê de não se ver este produto no circuito local, a resposta que me deu é de que esta árvore ao contrário da fruta-pão de polpa, era extremamente rara.


Uma das mais belas árvores tropicais pelas folhas e frutas.  O grande atrativo desta fruta são suas sementes, que são  deliciosas , consumidas cozidas ou assadas. Frutos esféricos grandes (20 cm de diâmetro), de ate 1kg de peso. A casca de coloração esverdeada apenas amarelada na maturação.

Variedades: são conhecidas duas variedades de fruteira-pão: frutos sem sementes e  frutos com sementes. Os frutos com sementes são consumidos às vezes crús e as sementes consumidas cozidas ou assadas. A variedade mais rara cada fruta tem cerca de cinquenta sementes.
 

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