A SAGA CONTINUA
Crise financeira obriga Rádio Comercial de Cabinda a despedir pessoal
Calar as vozes discordantes, através da asfixia financeira. | |
Muitos trabalhadores teriam sido mandados para rua segundo fontes daquele órgão sem cumprimento das formalidades legais ( uma utopia ).
De acordo com uma denúncia endereçada à Voz de América, a rádio mais ouvida na capital do enclave, está há mais de 5 meses sem pagar os salários dos trabalhadores por alegada falta de verbas.
Fontes governamentais e do partido no poder, suposto proprietário da estação radiofónica, indicaram que esta situação foi provocada de maneira intencional pelo governo para bloquear o debate interno na província, em virtude da RCC, como é mais conhecida ter sido durante muitos anos o espaço privilegiado para a discussão dos grandes problemas da província.
O bloqueio financeiro à rádio comercial começou em 2003com o então governador da província José Aníbal Rocha que, para se ver distante da crítica social que era vitima através de um programa radiofónico «Bom Dia Cidade», propôs a alteração do figurino de informação em troca por alguma ajuda financeira que era canalizada através da Orion.
Na altura, o governo temia que através da radio comercial fossem difundidas informações sobre os confrontos que ocorriam no interior da província, tendo ordenado ao afastamento dos jornalistas Cristóvão Luemba, José Manuel e Paulo Duda.
A partir desta altura a rádio começou a ser controlada pelo partido no poder e os jornalistas começaram a enfrentar uma série de problemas.
A informação começou a ser censurada, foram impostas restrições na aquisição de espaços de antena, o programa de temas e debates sob o patrocínio da fundação Open Society foi encerrado.
O MPLA impôs uma nova direcção liderada por um quadro partidário Pedro Gomes…….
Os jornalistas protestam igualmente as interferências constantes do director provincial de comunicação social, Pedro Sia Paulina que, segundo os médias, tem confundido propaganda político-partidária com o jornalismo. A situação financeira dos trabalhadores é dramática e pedem ao governo o pagamento da divida à publicitária Orion para que esta empresa proceda ao pagamento dos salários em atraso.
Fontes governamentais disseram á Voz de América que o governo da província deve mais de 1 milhão de dólares americanos à Orion e à radio comercial pela propaganda realizada nos últimos 7 anos.
Fonte : VOA
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