segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Acidente na ponte do Seva (II)

Mergulho para a morte

 Alertados para o acidente, efectivos da 3ªCCaç-4910/72, imediatamente se dirigiram para o local e apesar de não possuírem quaisquer meios de socorro, um grupo mais resoluto resolveu mergulhar em apneia, por debaixo da berliet na tentativa de recuperar algum corpo que tivesse ficado sob a viatura, no seu mergulho para a morte. Sobreviventes, apenas o condutor. Nunca mais vou esquecer aquele pequeno grupo de bravos e loucos madeirenses, que num Luali castanho e com grande caudal, estávamos na época das chuvas, e numa zona propícia aos “alfaiates”, tiveram tal ousadia. Solicitados os meios para a busca dos corpos, foi-nos cedida uma banheira e quatro remos.

Será que não tínhamos pessoal da marinha e equipamento, para percorrer este trecho do Luali entre a ponte do Seva e a confluência com o Chiloango, para efectuar o resgate dos corpos? Há a registar que do local do acidente até à foz do Chiloango, o percurso é perfeitamente navegável, mesmo por barcos de assinalável calado. Falta de meios ou desprezo pela vida dos peões desta guerra? 
 
Perdidas as esperanças de encontrar corpos sob a viatura, esta foi rebocada para a margem
 Viatura recuperada. Ficava a faltar o mais importante, a recuperação dos corpos...

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