domingo, 26 de outubro de 2008

O segredo da vivência humana. Mas a amizade une também algumas outras espécies

Coloco aqui esta foto por causa de uma verdade científica: a amizade dos golfinhos uns pelos outros. Que diabo! E nós, os humanos???

Meus amigos, deve haver um segredo nisto tudo. Eu explico. Durante estes anos todos, por absoluta entrega à minha profissão - que é desumanamente absorvente -, nenhum de vocês se impôs ao meu pensamento. Quero dizer: nenhum de vocês em especial.
O que se me impõe em cada dia, desde aqueles dias, são as paisagens, algumas pessoas que comigo privaram mais por razões objectivas: a proximidade, o dia-a-dia, o Bata Sano, Buco Zau/bairro onde morava, aqueles que, como eu, lá tinham a família, algumas pessoas do meu «grupo de combate»... pouco mais.
Pela negativa, sou franco, impuseram-se-me sempre os comandantes, por razões óbvias, porque eles simbolizavam o que de pior me tinha acontecido na vida, e, do resto da tropa, um ou outro sacana reconhecidamente sacana para os soldados - e pouco mais.
Mas, tenho de confessar: o universo da malta, sim, esse sempre mexeu comigo, mas cada pessoa de per si, isso não: vocês eram uma nebulosa.
Mas agora começa a não ser assim.
Retomei a afectividade.
34 anos depois, meu!
E estava a saber-me tão bem.
De repente, bum!
Uma chatice a toldar a coisa.
Vamos ver se isto tem remédio.
Acho que sim: aqueles dias marcaram-nos, mas todos somos inteligentes. A prova é que estamos aqui vivos. Outros não estão. E isso é que é o essencial: nós estamos por aqui.
Gostaria de levar-vos comigo para onde vou: para o meu dia-a-dia de hoje, que é muito bonito, muito pró-activo, muito criativo e muito proveitoso para terceiros. Um dia conto umas coisas e verão que é giro.
Mas, para tanto, têm que me dar oportunidade, meus caros amigos...

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